Tóquio, 12 nov (EFE).- Milhares de curiosos, desfiles, música e um forte contingente policial tomaram hoje o centro de Tóquio, para homenagear os 20 anos da coroação do imperador japonês Akihito, que ocupa o milenário Trono do Crisântemo.
Com mais de 16 mil agentes desdobrados, ruas interditadas e controles policiais, as imediações do Palácio Imperial se transformaram em um protegido ambiente festivo, que contou com a presença de 50 mil pessoas, muitas de idade avançada, que tiveram que se submeter a exaustivos registros.
O imperador e sua esposa Michiko, ambos de 75 anos, permaneceram longe da vista do público, no interior do Palácio, onde receberam felicitações de seus três filhos e quatro netos, e posteriormente foram a uma cerimônia formal com o Governo, liderado pelo primeiro-ministro, Yukio Hatoyama.
O ritmo de Tóquio foi hoje afetado pela coincidência do aniversário da coroação de Akihito com a chegada amanhã do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o que acarretou fortes medidas de segurança.
Próximo ao Palácio Imperial, houve uma manifestação de 200 antiimperialistas, que protestaram com cartazes e marionetes satíricas contra Akihito e o imperador anterior, o falecido Hirohito.
Nos jardins adjacentes ao palácio, 30 mil pessoas, segundo o comitê organizador, assistiram a um desfile com dançarinos e comitivas das diferentes províncias do Japão, que se apresentaram com trajes típicos.
Idosos e crianças participaram do evento com coloridas vestimentas chamadas "happis", uma espécie de quimono de verão, e desfilaram entre bandeiras nacionais e lanternas japonesas, ao ritmo de uma música alegre e ao som dos "taiko" (tambores típicos).
Em uma esplanada próxima, outras 20 mil pessoas acompanharam o desfile através das gigantes telas que foram montadas, desafiando o frio do outono e a ameaça de chuva, para assistir ao show do famoso grupo pop japonês, o Exile, que encerrou as comemorações com uma música em homenagem aos imperadores.
"Apesar de ser o dia mais frio do ano muita gente veio pelo aniversário, mas, por outra parte, na rua também há muitos que se perguntam que é o que está acontecendo", disse à Agência Efe uma jornalista local, em frente ao Palácio Imperial.
Akihito chegou ao trono no dia 7 de janeiro de 1989, após a morte de seu pai, o imperador Hirohito.
A cerimônia oficial de coroação aconteceu no dia 12 de novembro de 1990, mas a Casa Imperial comemora o aniversário este ano já que sua chegada ao trono formal foi em 1989.
A Constituição japonesa de 1947 estabelece que o imperador, que ocupa um trono que remonta ao ano 660 a.C., tem um papel meramente simbólico, limitado a pouco mais que sancionar nomeações oficiais.
Apesar disso, a Casa Imperial, uma opaca instituição que emprega mil funcionários ocupados o tempo todo com o bem-estar do imperador - e de afastá-lo da realidade, segundo os críticos -, continua sendo venerada no Japão, país amante da ordem e respeitoso do comando.
Uma recente enquete realizada por ocasião do 20º aniversário da coroação apontava que 81% dos japoneses consideram que o imperador está cumprindo seu papel como símbolo da unidade da nação, frente a somente 15% que não concordam com isso.
No entanto, somente 56% disseram haver algum interesse por parte dos membros da dinastia imperial, enquanto 43% apontaram que isso importava "pouco ou nada" para eles. EFE
(G1, 12/11/2009)
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