sexta-feira, 25 de junho de 2010

Interpol procura ativista contrário à caça de baleias

O líder de uma organização que se opõe à caça de baleias está sendo procurado pela polícia internacional, afirmou nesta sexta-feira a Guarda Costeira japonesa. Alegando que ele planejou um bloqueio da missão japonesa de caça na região da Antártida, o Japão pediu à Interpol que coloque Paul Watson na lista de pessoas procuradas internacionalmente.

O Japão acusa a organização Sea Shepherd, sediada nos Estados Unidos, de pôr em perigo a vida dos caçadores durante a temporada anual de caça no Antártico. Watson, um canadense de 59 anos, está na lista da Interpol desde quarta-feira, afirmou um porta-voz da Guarda Costeira japonesa. Segundo ele, não se sabe qual é o paradeiro do ativista. Funcionários do Sea Shepherd não comentaram o assunto.

A cada ano, o Sea Shepherd tenta impedir que os japoneses prossigam com a caça de baleias, realizada no âmbito de uma exceção prevista na moratória da caça imposta pela Comissão Internacional da Baleia (CIB) em 1986. A Guarda Costeira japonesa já tem em suas mãos uma ordem de prisão contra Watson, emitida por uma corte em abril, vinculada ao julgamento de outro ativista acusado de obstruir a caça no Antártico. Promotores japoneses acusam Watson de ter ordenado que Peter Bethune abordasse o navio Shonan Maru 2, destinado à caça de baleias, em fevereiro.

Watson nega ter envolvimento com o caso. Bethune foi acusado de posse ilegal de uma propriedade, vandalismo, posse de uma faca, obstrução comercial e agressão. O ativista da Nova Zelândia declarou que era culpado de todas as acusações, exceto agressão. Os promotores pediram dois anos de prisão para Bethune este mês, na última sessão do julgamento, que ainda prossegue. O veredicto deve ser divulgado em 7 de julho. Nenhum dos membros do Sea Shepherd, entre eles Watson, compareceu ao julgamento.

(Estadão, 25/06/2010)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Fãs fazem fila no Japão para o lançamento mundial do iPhone 4

TÓQUIO — Centenas de japoneses, alguns deles fantasiados de telefone, passaram a noite em claro e no frio fazendo fila para serem os primeiros a comprar o iPhone 4 que a Apple lança nesta quinta-feira.

O mais recente modelo do celular é o mesmo que será vendido na França, Alemanha, Grã-Bretanha e Estados Unidos, mas os japoneses tiveram a honra de serem os primeiros a comprar o aparelho devido ao fuso horário.

O novo modelo é equipado com uma tela de alta definição, uma função que permite teleconferências e um software de edição.

Ryochi Hoshino foi o primeiro da fila de 500 pessoas que se formou na véspera ante a loja que a Apple tem na capital japonesa, no bairro Ginza, e exibiu orgulhoso o objeto de seu desejo. "Adoro esse design", declarou.

Apesar do fervor causado pelo aparelho, o lançamento desse novo iPhone foi marcado por dificuldades.

A Apple anunciou na quarta-feira que, devido a problemas de produção, o modelo branco de seu novo telefone, também oferecido em preto, não estará disponível até julho.

Na semana passada, o sistema de reservas do iPhone 4 nos Estados Unidos sofreu saturação no primeiro dia que foi colocado em serviço.

Há dois meses a Apple teve que atrasar o lançamento internacional de seu tablet iPad por não poder responder à demanda nos Estados Unidos.

O novo telefone estará disponível em outros 18 países em julho e em outros 24 em agosto.

A Apple vendeu mais de 50 milhões de aparelhos de iPhone no mundo desde que lançou o primeiro modelo em 2007.

(AFP, 24/06/2010)

Uma amizade “kawaii”


O diretor Hayao Miyazaki, avesso ao 3-D, promove fantasia e graciosidade na animação "Ponyo"

Mariana Shirai

Há no mundo apenas uma palavra capaz de classificar a animação Ponyo – Uma Amizade Que Veio Do Mar, o mais recente filme de Hayao Miyazaki: kawaii. O adjetivo é um dos mais usados na língua japonesa e significa algo parecido com “bonitinho”. É a expressão máxima do valor dado pela cultura nipônica à graciosidade, ao amor e à harmonia. Em uma época em que filmes e desenhos animados são violentos e grotescos, as duas horas de Ponyo se tornam uma rara experiência cinematográfica de alegria e beleza, e não só para as crianças.

O filme conta a história de amizade entre um garotinho de 5 anos chamado Sosuke e uma “peixinha” encantada que ele batiza de Ponyo. Assim como muitos dos nove outros longas-metragens dirigidos por Miyazaki (O castelo animado e A viagem de Chihiro, vencedor do Oscar de Animação de 2003), Ponyo une o mundo natural e o universo infantil por meio de seres e acontecimentos fantásticos. A liberdade e sua força incontrolável orientam a narrativa. Depois de conseguir fugir da bolha de proteção na qual seu pai – uma espécie de feiticeiro chamado Fujimori – a mantém nas profundezas do mar, Ponyo chega à praia que beira a casa de Sosuke. Antes de atingir a costa, porém, ela se vê novamente presa: dentro de uma embalagem de vidro. Sosuke a salva sem saber de seus atributos mágicos, e a amizade começa.

Os desafios infantis que Sosuke encontra para conseguir cuidar de Ponyo parecem quase intransponíveis. Como escondê-la durante a aula? Como não deixar que ela se torne comida de gatos vira-latas? As soluções são também do tamanho da inocência e graça de uma criança: Sosuke esconde Ponyo dentro de um baldinho coberto com folhas de um arbusto. Ponyo acaba descoberta por Fujimori e é mais uma vez detida no fundo do mar.

Ponyo não quer mais ser peixe. Usando seus poderes até então pouco conhecidos, transforma-se em gente. A metamorfose causa um rebuliço de proporções oceânicas. É um dos momentos de maior deslumbre na obra de Miyazaki. Deslizando sob ondas colossais ao lado de seres marinhos, a menina Ponyo encontra seu caminho até a terra firme. Seus poderes dourados, agora irrefreáveis, dão forma ao desejo inesperado da natureza de se tornar humana. Até o desfecho, o amor de Ponyo e Sosuke passa por testes exteriores comandados por Fujimori e uma deusa marítima.

Avesso à tecnologia do cinema 3-D, Miyazaki, de 69 anos, promove a fantasia kawaii em Ponyo com cores e texturas exuberantes, reafirmando seu lugar entre os grandes diretores de animação atuais.

(Revista Época, 24/06/2010)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Cão japonês pode ser o mais velho do mundo

À primeira vista, Pusuke não parece um cachorro particularmente especial – um humilde macho SRD (sem raça definida), que pertence a uma moradora de Sakura, no Japão. Mas, o cão tem 25 anos, um tempo de vida tão extraordinário que, segundo a publicação The Daily Yomiuri, pode ser reconhecido pelo Guiness World Records como o cachorro mais velho do mundo. Pusuke é tão idoso que a sua idade canina é equivalente a mais de 120 anos para um ser humano.


Atualmente, o Guiness apresenta um cachorro da raça Kelpie Australiano como o mais velho do mundo, nomeado em março de 2010, tendo 21 anos e 3 meses de idade. O animal ocupou o lugar de Otto, que faleceu pouco tempo depois de obter o título, em janeiro. Até o momento, acredita-se que o cão mais velho do mundo tenha vivido 29 anos e 5 meses. Mas a dona de Pusuke não vai deixar barato. Yumiko Shinohara, 41 anos, começará, em breve, um processo para que seu cão seja o detentor do recorde mundial.

Segundo a japonesa, Pusuke nasceu em março de 1985. Seus pais eram um anão da raça Shiba e um cachorro de raça mista. A idade do cãozinho pode ser verificada em seu registro, emitido pelo governo local. Segundo o documento, Pusuke foi registrado em 1° de abril daquele ano e foi vacinado contra raiva e outras doenças.

De acordo com o The Daily Yomiuri, Pusuke toma uma refeição a cada manhã e noite, e ama um pedaço de bolo de vez em quando, como petisco. Mesmo com sua idade avançada, ele também nunca deixa de manter sua rotina de exercícios: um passeio no jardim. O animal foi proibido de sair para a rua depois de, no verão de 2008, ter sido atropelado e sofrido ruptura de diversos órgãos internos. Na ocasião, um veterinário disse à Yumiko que ele não sobreviveria, mas Pusuke foi forte, e após uma cirurgia de emergência que durou 5 horas, ele se recuperou completamente.

Apelidado de Pu, o cachorro está sempre esperando perto da porta da frente para receber os membros da família quando retornam para casa. "Ele nasceu quando eu tinha 16 anos, então ele é como meu filho", disse a japonesa. "Eu não sei por que ele conseguiu viver tanto tempo, mas eu vou continuar cuidando dele, para que viva até os 30 anos”, finalizou.

(Correio Press, 04/06/2010)

Japão terá comunidade de fãs da TV Globo na internet

A TV Globo vai criar no Japão sua primeira comunidade oficial de fãs. Naquele país, o canal Globo Internacional também será disponibilizado integralmente pela internet - hoje, o acesso à sua programação pela rede é parcial.

O Japão foi escolhido para testar ferramentas desenvolvidas pela equipe técnica da Globo no último ano e meio.

Lá são 15 mil assinantes, o que permite apresentar o projeto em caráter experimental, trabalho que não seria possível começar no Brasil pelo tamanho do público.

Hoje, segundo dados da Central Globo de Comunicação, há 500 mil telespectadores que mantêm contatos regulares com a emissora. Esse é o universo de fãs do canal, já que somente 2% dos contatos feitos registram críticas.

Desde maio, a Globo conta com a consultoria da americana Flourish Klink. Aos 23, pós-graduada pelo MIT, ela integra uma das mais bem-sucedidas comunidades de fãs de Harry Potter na rede.
À coluna, Klink disse que o segredo é dar a garantia de que serão ouvidos. "É importante que exista um porta-voz, que dê a certeza de que as opiniões sobre a programação serão respeitadas."

(Folha de S.Paulo, 04/06/2010)

Naoto Kan é eleito novo premiê do Japão


Naoto Kan (de frente, à esquerda) assumiu cargo no lugar de Yukio Hatoyama (à direita) (Foto: AFP)

Naoto Kan foi eleito nesta sexta-feira primeiro-ministro do Japão, com a difícil missão de restabelecer a confiança depois do fracasso do mandato de seu antecessor, Yukio Hatoyama. Até então, ele fazia parte do governo no cargo de vice-premiê e ministro das Finanças. Quando Hatoyama renunciou, Kan já começou a figurar como o nome ideal para assumir seu lugar.
Aos 63 anos, o ex-militante de esquerda convertido em partidário do rigor orçamentário, obteve 436 votos a favor de um total de 714 nas duas câmaras do Parlamento japonês. "A prioridade, agora, é revitalizar o país e ter um partido cujos membros possam levantar-se todos juntos e proclamar com confiança 'Podemos fazer isso'", declarou Kan ante os representantes do Partido Democrata do Japão (PDJ), no poder desde agosto de 2009.

"Nos últimos 20 anos, a economia japonesa permaneceu em ponto morto. O crescimento parou. Os jovens não encontram trabalho. Não é um fenômeno natural. É culpa de políticas errôneas", destacou. "Acho que podemos obter uma economia forte, finanças fortes, uma proteção social forte, tudo ao mesmo tempo", acrescentou, prometendo reduzir a astronômica dívida pública japonesa que alcança cerca de 200% do PIB.

Missão - Como titular das Finanças, Kan adotou posições realistas ante a situação econômica, pronunciando-se publicamente a favor de pôr um limite no endividamento da segunda economia mundial. A tarefa do novo primeiro-ministro não será, no entanto, fácil, depois do fracasso do primeiro governo da ex-oposição de centro-esquerda, alçada ao poder por uma imensa maioria dos japoneses cansados de meio século de governos conservadores.

"Lamentamos profundamente não ter cumprido as promessas que fizemos ao povo", declarou o ex-premiê Yukio Hatoyama no momento de sua decisão, ao fim de nove meses de governo durante os quais sua popularidade passou de mais de 70% a 20%. Ele prometeu, principalmente, retirar uma base aérea americana da ilha de Okinawa, mas Washington insistiu que Tóquio respeitasse o acordo sobre sua manutenção assinado em 2006 entre os dois aliados.

Entre os principais desafios que o novo premiê deverá enfrentar, estão resolver a questão de uma deflação que fragiliza a reativação econômica, lutar contra uma alta do iene que prejudica as empresas japonesas exportadoras, encontrar o modo de financiar as generosas promessas de subsídios feitas pelo PDJ e propor rapidamente uma estratégia de crescimento econômico a médio e longo prazo concreto para os meios empresariais.

A Bolsa de Tóquio permaneceu impassível ante a nomeação de Kan, apesar de os investidores apreciarem sua posição a favor de um iene mais fraco, e fechou praticamente em equilíbrio (-0,13%) à espera de conhecer as intenções econômicas precisas do novo governo, segundo os analistas.

(Com agência France-Presse)

(Veja.com, 04/06/2010)