quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Obama se curva a imperador e recebe críticas

Analistas interpretam gesto como uma demonstração de fraqueza

Novas imagens do presidente Barack Obama se curvando diante do imperador do Japão enfureceram críticos nos Estados Unidos. Segundo os analistas, o líder norte-americano deveria se manter em uma postura ereta, enquanto representava os EUA no exterior.

Obama estava na segunda-feira na China, em mais uma etapa de seu giro pela Ásia. Os observadores norte-americanos avaliaram se o presidente dos EUA tinha cometido um erro, quando fez uma grande reverência, curvando-se diante do imperador do Japão, Akihito. Programas de televisão que tratam de política repetiram várias vezes a cena.

– Eu não sei por que o presidente Obama pensou que isso era apropriado – afirmou, no domingo, o conservador William Kristol, em entrevista à Fox.

– Mas não é apropriado para um presidente americano se curvar diante de um estrangeiro – acrescentou.

Segundo Kristol, esse gesto sugere que os EUA tornaram-se fracos ou excessivamente reverentes.

– É feio. Eu não quero ver isso – afirmou outro conservador, Bill Bennett, na CNN.

– Nós não fazemos reverência a reis ou imperadores – disse ele.

Cena comparada com encontro em 2007

Alguns conservadores compararam a cena com um encontro entre o imperador japonês e o então vice-presidente Dick Cheney. Em 2007, Cheney cumprimentou Akihito com um forte aperto de mão, sem se curvar. Outros lembraram o fato de Obama já ter se curvado diante do rei da Arábia Saudita, Abdullah, durante um encontro do G-20 em abril.

A viagem do presidente à Ásia tem o propósito de reafirmar o poder americano na região, cada vez mais influenciada pela China. Em casa, o fato de Obama se curvar diante do imperador parece ter roubado a maior parte das atenções.

O gesto pareceu enfurecer os críticos que dizem que, com Obama, os EUA desistiram de seu papel como superpotência.

Algumas vozes dispuseram-se a defender Obama.

– Eu acho que foi um gesto de gentileza – ressaltou a ativista democrata Donna Brazile.

Segundo ela, mostra “boa vontade entre duas nações que se respeitam”.

Um funcionário do governo disse ao site Político que apenas foi respeitado o protocolo. A fonte ressaltou que a posição dos EUA no Japão não ficou em nada ameaçada com a visita, pelo contrário.

(Diário Catarinense 17/11/2009)

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