Analistas interpretam gesto como uma demonstração de fraqueza
Novas imagens do presidente Barack Obama se curvando diante do imperador do Japão enfureceram críticos nos Estados Unidos. Segundo os analistas, o líder norte-americano deveria se manter em uma postura ereta, enquanto representava os EUA no exterior.
Obama estava na segunda-feira na China, em mais uma etapa de seu giro pela Ásia. Os observadores norte-americanos avaliaram se o presidente dos EUA tinha cometido um erro, quando fez uma grande reverência, curvando-se diante do imperador do Japão, Akihito. Programas de televisão que tratam de política repetiram várias vezes a cena.
– Eu não sei por que o presidente Obama pensou que isso era apropriado – afirmou, no domingo, o conservador William Kristol, em entrevista à Fox.
– Mas não é apropriado para um presidente americano se curvar diante de um estrangeiro – acrescentou.
Segundo Kristol, esse gesto sugere que os EUA tornaram-se fracos ou excessivamente reverentes.
– É feio. Eu não quero ver isso – afirmou outro conservador, Bill Bennett, na CNN.
– Nós não fazemos reverência a reis ou imperadores – disse ele.
Cena comparada com encontro em 2007
Alguns conservadores compararam a cena com um encontro entre o imperador japonês e o então vice-presidente Dick Cheney. Em 2007, Cheney cumprimentou Akihito com um forte aperto de mão, sem se curvar. Outros lembraram o fato de Obama já ter se curvado diante do rei da Arábia Saudita, Abdullah, durante um encontro do G-20 em abril.
A viagem do presidente à Ásia tem o propósito de reafirmar o poder americano na região, cada vez mais influenciada pela China. Em casa, o fato de Obama se curvar diante do imperador parece ter roubado a maior parte das atenções.
O gesto pareceu enfurecer os críticos que dizem que, com Obama, os EUA desistiram de seu papel como superpotência.
Algumas vozes dispuseram-se a defender Obama.
– Eu acho que foi um gesto de gentileza – ressaltou a ativista democrata Donna Brazile.
Segundo ela, mostra “boa vontade entre duas nações que se respeitam”.
Um funcionário do governo disse ao site Político que apenas foi respeitado o protocolo. A fonte ressaltou que a posição dos EUA no Japão não ficou em nada ameaçada com a visita, pelo contrário.
(Diário Catarinense 17/11/2009)
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