Por Henry Fountain
The New York Times
Palmas para os micetozoários. Pesquisadores no Japão mostraram que um tipo de micetozoário pode desenvolver uma rede tão eficiente quanto uma criada por humanos ao longo de muitos anos: o sistema de metrô de Tóquio.
Mais do que isso, o micetozoário consegue construir sua rede em um dia.
Micetozoário é como os cientistas chamam um organismo unicelular ameboide. Quando em busca de comida, ele se espalha como uma massa amorfa – e então constrói conexões tubulares entre as fontes de alimento.
Pode ser apenas uma ameba, mas é uma ameba esperta.
"Encontramos uma habilidade inesperadamente alta de processamento de informações nesse organismo", disse Toshiyuki Nakagaki, pesquisador da Universidade Hokkaido que estuda os micetozoários há muito tempo.
"Eu queria propor um programa complicado a esse micetozoário, para criar uma grande rede", disse Nakagaki.
"Esse tipo de programa não é simples, mesmo para humanos".
Assim, ele e seus colegas montaram um experimento onde colocavam 36 pedaços de alimento num padrão correspondente a cidades na área de Tóquio, e um micetozoário, Physarum polycephalum, no local correspondente a Tóquio.
Conforme relatam na revista Science, após 26 horas o organismo criou uma série de conexões tubulares que se pareciam bastante com as ligações de metrô entre essas cidades. Os pesquisadores descobriram que a rede do ameboide era tão eficiente quanto o sistema de metrô, também tolerando interrupções nas conexões, e havia sido criada a um custo razoável para o organismo.
Obviamente, uma série de pequenos tubos é muito diferente de uma grande rede de trilhos. "Por trás das diferenças, contudo, existe um princípio comum do ponto de vista matemático", afirmou Nakagaki. Usando o desempenho do organismo como guia, os pesquisadores criaram um modelo matemático que, segundo eles, pode ajudar no desenvolvimento de outras redes, como as utilizadas em comunicações móveis.
(BOl, 02/02/2010)
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